sexta-feira, 30 de outubro de 2009


Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras
seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores
nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas... e que estão escritas
do lado de fora do papel... Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo, ardente e puro, ao vento
da Poesia...
como
uma pobre lanterna que incendiou!

Mario Quintana (Quintana de Bolso)
kika

quinta-feira, 29 de outubro de 2009


"Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto:
que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas [...]"

Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa


(Ana)
Se eu pudesse deixar algum presente a você,
deixaria aceso o sentimento
de amar a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo
o que foi ensinado pelo tempo a fora.
Lembraria os erros que foram cometidos
para que não mais se repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos.
Deixaria para você se pudesse,
o respeito àquilo que é indispensável:
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.
E, quando tudo mais faltasse, um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo a resposta
e a força para encontrar a saída.

(Mahatma Gandhi)
(Ana)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009



O que será - Chico Buarque de Hollanda


O que será que será
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
Que gritam nos mercados, que com certeza Está na natureza, será que será
O que não tem certeza, nem nunca terá
O que não tem conserto, nem nunca terá
O que não tem tamanho

O que será que será
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia-a-dia das meretrizes No plano dos bandidos, dos desvalidos Em todos os sentidos, será que será
O que não tem decência, nem nunca terá
O que não tem censura, nem nunca terá
O que não faz sentido


O que será que será
Que todos os avisos não vão evitar
Porque todos os risos vão desafiar
Porque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E o mesmo Padre Eterno que nunca foi lá Olhando aquele inferno, vai abençoar
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá O que não tem juízo
kika

PT é único partido que elege seus dirigentes por eleição direta.

Site do PED 2009 - no site tem as chapas nacionais e os candidatos a presidentes.
http://ped.pt.org.br
Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.
Karl Marx

terça-feira, 27 de outubro de 2009




Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos,

Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!



Machado de Assis






UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA COMUNICAÇÃO
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA: PROCESSOS DE TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL I
PROFESSORA: Dra. VILMA MARGARETE SIMÃO
ACADÊMICA: RAQUEL MORCELLI

Análise das fotos sobre “Trabalho”:

Cada uma destas imagens são expressões que estão relacionadas ao trabalho. A fome, miséria, criminalidade, drogas, prostituição e, todos os outros problemas sociais têm relação direta com o trabalho, pois o trabalho não é mais somente a transformação do homem pela natureza, mas sim também a exploração do homem pelo homem, onde os abismos sociais se tornam cada vez maiores. A diferença de classe é gritante, onde poucos têm muito e muitos têm pouco. Para o autor “[...] a história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes [...]” (MARX, 1983). E a luta de classes se da pelo trabalho, onde uns se preocupam em acumular riqueza e outros se preocupam o que ter de comer. “[...] o trabalhador só se sente a vontade no seu tempo de folga, porque o seu trabalho não é voluntário, é imposto, é trabalho forçado [...]" (MARX, 1967), ele trabalha imaginando o que vai comprar com o salário que irá ganhar, ele pensa no que vai poder adquirir, a consciência muitas vezes não existe, não se da conta que seu trabalho é explorado e traz riqueza para a classe dominante. “[...] Os donos do capital incentivarão a classe trabalhadora a adquirir, cada vez mais, bens carros, casas e tecnologia, impulsionando-a cada vez mais ao caro endividamento, até que sua dívida se torne insuportável [...]” (MARX, 1967), porque assim vão continuar dominando, vão poder explorar cada vez mais, pois a necessidade aumentará e o proletariado se sujeitara a baixos salários. Neste trabalho não quis somente expressar o trabalho em sua prévia ideação, objetivação e transformação, quis mostrar que o capital gerado fruto da exploração do trabalhador tem suas conseqüências, que é visível aos olhos da sociedade e que poucos se dão conta que o simples fato de explorar a mão de obra de outro pessoa nos torna em uma sociedade injusta e desigual.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009


Fase Pablo Neruda
Vai ai uma dica de site com alguns poemas dele:
Bacana tbm é o filme "O Carteiro e o Poeta", que conta um pouco de sua vida durante o exílio.

A DANÇA - Pablo Neruda


Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio ou flecha de cravos que propagam o fogo: te amo secretamente, entre a sombra e a alma..Te amo como a planta que não floresce e leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores, e graças a teu amor vive escuro em meu corpo o apertado aroma que ascender da terra..Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, te amo directamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque não sei amar de outra maneira, . Se não assim deste modo em que não sou nem és tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

O teu riso
Tira-me o pão, se quiseres,tira-me o ar, mas nãome tires o teu riso.
Não me tires a rosa, a lança que desfolhas, a água que de súbito brota da tua alegria, a repentina bondade prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso com os olhos cansados às vezes por ver que a terra não muda, mas ao entrar teu riso sobe ao céu a procurar-me e abre-me todas as portas da vida.
Meu amor, nos momentos mais escuros solta o teu riso e se de súbito vires que o meu sangue mancha as pedras da rua, ri, porque o teu riso será para as minhas mãos como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono, teu riso deve erguer sua cascata de espuma, e na primavera, amor, quero teu riso como a flor que esperava, a flor azul, a rosa da minha pátria sonora.
Ri-te da noite, do dia, da lua, ri-te das ruas tortas da ilha, ri-te deste grosseiro rapaz que te ama, mas quando abro os olhos e os fecho, quando meus passos vão, quando voltam meus passos, nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso, porque então morreria.
Pablo Neruda